Apesar do trânsito infernal, das ruas violentas, da prepotência e agressividade reinantes, dos acidentes com mortes, do descaso total das autoridades públicas e da alienação dos responsáveis por gerir o tráfego, o número de pessoas que resolvem investir na bicicleta como transporte urbano - e se dão bem com ela - está aumentando! E não só porque a bicicleta é mais prática para distâncias curtas, não gasta muito espaço, economiza muito dinheiro de combustível e impostos, não paga estacionamento, gera mais sociabilidade com outras pessoas no trânsito, exercita coração, pulmões e músculos e enche as pessoas de endorfinas geradoras de alegria. Não só por isso. Mas também pela comunidade de ciclistas que está se formando, todos trocando idéias, roteiros e dicas, apoiando-se, encontrando-se, formando grupos, criando amizades, interconectando afinidades.
A tragédia da situação é que aparentemente as pessoas precisam conhecer a fundo as bicicletas para começarem a entender que todas elas têm uma magia especial, e com isso aprenderão a parar de tratá-las e a seus ocupantes com a mesma lógica socialmente viciada que chegou ao ponto extremo de tornar o simples ato de dirigir moralmente questionável em certas circunstâncias. A cultura de massa do automóvel alçou-o a símbolo de status supremo do consumismo sem noção e da escravidão à moda. Bicicleta, porém, se é para ser símbolo, há de ser de uma opção de vida saudável e feliz; de uma escolha individual inteligente e liberta da mentalidade estúpida de manada; de uma consciência social desenvolvida.
Na grande maioria das cidades brasileiras, ciclovia ainda é um delírio, promessinha de político demagogo e discurso vazio de pseudo-urbanista. A luta para alcançarmos um objetivo como a construção de um espaço reservado a ciclistas em nossa cidade vai ser árdua e provavelmente bem demorada.
E mesmo que esse objetivo não se concretize, os ciclistas querem mais que um espaço físico... Os ciclistas querem respeito. Separá-los em vias próprias não é o suficiente. A nossa grande rede viária, o aumento no volume de tráfego, a topografia e os custos de construção impedem que se monte uma rede de ciclovias razoável em curto tempo. O problema mais básico não é estrutural. Afirmo: é um problema de atitude, de humanidade. Se eu precisar andar de bicicleta na rua, vou querer fazer isso agora, independentemente das obras viárias. E enquanto esperamos pela construção de uma ciclovia, lutamos para agregar cada vez mais ciclistas ao nosso movimento/passeio/manifestação.
O número de pessoas de cabeça aberta está aumentando, apesar do desestímulo da sociedade automobilística ao uso da bicicleta como algo além de brinquedo de parque. Em países mais civilizados existe a ciclofaixa ou faixa compartilhada, que funciona porque as pessoas não tentam assassinar umas às outras usando seus veículos como armas. Precisamos construir uma sociedade humana, e não uma sociedade motorizada!
foto: Fábio Farias
Chame seus amigos e junte-se a nós!VENHA PEDALAR NA PRÓXIMA BICICLETADA!
Dia: Último domingo do mês.
Hora: Concentração às 15h e saída às 16h.
Local: Nos encontramos em frente ao CEFET (Salgado Filho).
Intinerário: Decidido em grupo no dia.
2 comentários:
Great! ;D
mané "great" oO
Ótimo! o/
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