Matéria publicada dia 21 de Fevereiro de 2010 às 00:00 na Tribuna do Norte
Marcelo Hollanda Repórter
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Mais carros, mais infrações e as mesmas ruas
Há muitos anos não há registro da construção de uma nova via importante de escoamento de tráfego em Natal. As que existem são as mesmas: Salgado Filho, Bernardo Vieira, Mor Gouveia, Jaguarari, Alexandrino de Alencar, Integração e João Medeiros Filho.
Em compensação, no ritmo da propaganda de uma montadora, que se gaba de produzir um novo carro a cada 70 segundos, a capital potiguar já abriga uma frota próxima aos 330 mil veículos. Pode ser mais quando esta reportagem ganhar as ruas.
São dois mil novos automóveis em circulação todos os meses – 10 km de carros enfileirados se a soma levar em consideração quatro metros de cumprimento em média por veículo, seja carro de passeio, utilitário ou caminhão.
O resultado físico do aumento progressivo da frota versus os estáticos espaços urbanos produz um resultado final ainda mais desastroso quando se adiciona outro dado à equação: o despreparo do motorista. Ele está presente em todas as vias públicas, mas pode ser melhor percebido nas áreas de lentidão, quando muitos motoristas executam manobras arriscadas para ganhar tempo.
Segundo o secretário-adjunto da Semob, Haroldo Maia, um dos pontos que mais irritam os motoristas é o trecho da Avenida Hermes da Fonseca, entre Alexandrino de Alencar e Antônio Basílio. “As três faixas da Alexandrino viram duas até a Antônio Basílio”, explica.
Na próxima terça-feira (23) o Ministério Público Estadual realiza uma audiência pública para debater o corte de 42 árvores da Alexandrino até a Bernardo Vieira, onde, no ano passado, um galho gigantesco desabou, fechando uma das pistas nas proximidades do Cefet. No lote de árvores estão algarobas, cuja derrubada promete ascender a ira dos ambientalistas.
“Na verdade - esclarece Haroldo Maia - para alargar o espaço ali a proposta é reposicionar as árvores, trocando as existentes por novas de três metros de altura”.
Sem afastar o canteiro naquela área, garante o secretário-adjunto, o entupimento daquela artéria será rápido e irreversível.
Só no cruzamento da Salgado Filho com a Alexandrino, entre às sete da manhã às 19 horas de um dia qualquer da semana, a Semob calcula um volume médio transitando por ali de 62.300 veículos. No trecho que vai da Alexandrino até a Bernardo Vieira, 45 mil carros transitam entre às sete da manhã às 19 horas.
Dentro desse imenso conjunto de artérias, sinais evidentes de infarto estendem-se também ao final da Avenida Bernardo Vieira, no sentido da ponte do Igapó. O funil para quem sai de manhã e volta à noite para a Zona Norte tem a promessa de melhorias com o chamado PAC da mobilidade da Copa. Enquanto isso, o futuro imediato (leia-se a partir do segundo semestre) indica muita poeira com as obras a serem abertas no sistema viário de Natal.
O futuro ao ônibus pertence
Resolver os problemas de trânsito de Natal é, antes de tudo, entender que o futuro pertence não aos automóveis, mas ao sistema de transporte de massa – ônibus e trens.
Para o secretário adjunto da Semob, Haroldo Maia, corredores de ônibus tão criticados por motoristas em Natal, como o da Bernardo Vieira, tenderão a se expandir, privilegiando a maioria da população, cujo dinheiro remunera a operação das empresas.
“É injusto ver o Governo Federal subsidiando o diesel de alguns setores e não dando absolutamente nada para o transporte de massa”, desabafa Haroldo Maia.
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http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/da-infracao-ao-acidente-um-pulo/140972
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2 comentários:
Dá-lhe partido verde!
"Reposicionar" as arvores?????Faz-me rir! É mta hipocrisia.
Nao é questao de altura.Aquelas arvores sao um patrimonio nosso. Fazem parte da historia da cidade.
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Duvido que as arvores que querem plantar oferecerao sombra de forma bem generosa com as que la estao gentilmente nos oferecem.
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Deviam era fazer uma ciclovia no canteiro central da salgado ate a Hermes,aproveitando a area sombreada.
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